terça-feira, 24 de janeiro de 2012

MULHER REALIZADA, DENTRO OU FORA DO LAR


Padrão de Felicidade

“Não era propriamente a cena que se imaginaria: a mais bem sucedida das estrelas de Hollywood, em sua casa na Califórnia, tricotando uma manta para o bebê recém-nascido de uma amiga...”.
Assim começa uma entrevista à revista ‘Seleções – do Reader’s Digest’ (JAN/2004), onde a atriz Julia Roberts declara entre muitas coisas sobre a sua vida pessoal, que gosta de fazer a limpeza da casa, lavar a roupa, dividir a cozinha com o marido, o cinegrafista Danny Moder, que não tem nenhum empregado em nenhuma de suas casas e que, apesar de não ser neurótica com arrumação, considera-se boa dona-de-casa.
Por que será que declarações como estas, vindas de mulheres famosas, causam sempre, no mínimo, uma surpresa?
A sociedade tem estabelecido, com o passar dos anos, um modelo padrão de mulher feliz, realizada, culta, inteligente, bela e que para muitos, desde crianças bem pequenas até pessoas bastante maduras, não condiz mais com aquela mulher que ao decidir casar-se, sem dificuldade, estabelecia como prioridade o cuidar do marido, dos filhos e da casa. Essa mudança de pensamento tem sido passada de geração para geração.
Certa vez eu ouvi de uma mãe que sua filhinha de seis anos chegou da escolinha dizendo que tinha arrumado um namorado e que já haviam conversado que quando se casassem iriam morar nos fundos da casa da mãe dela ou da dele. Quando a mãe perguntou o porquê, ela respondeu que era para que a avó cuidasse dos filhos deles e da casa.
Cada dia fica mais comum ouvirmos – como algo que ficou lá no passado – sobre aquela receita de geléia, de biscoitinhos de nata, das conservas de frutas, ou até sobre hábitos caseiros que tinham as bisavós, tias, e já muito raramente de avós ou mães.
O que aconteceu? Será que a mulher mudou? Sim, a vida da mulher mudou; não dá para negar.
Em alguns países essa mudança começou há alguns séculos. No Brasil, foi no ano de 1922, quando de forma mais oficial, direitos como o do voto, o da escolha de domicílio e o de trabalho, foram reivindicados através da Fundação Brasileira pelo Progresso Feminino, liderada pela bióloga e zoóloga Berta Lutz. E em 1933 o Código Eleitoral Brasileiro concedeu o direito do voto à mulher. Em 1934, estabeleceu-se na Constituição Brasileira, a proibição da diferença de salário, para um mesmo trabalho, por motivo de sexo.
E aí eu faço outra pergunta: tantas mudanças não foram boas?
Em minha opinião, sim, foram boas. 
Se são boas, por que, a medida em que essa mulher conquista seu espaço no mercado de trabalho e sobe em direção ao topo da auto-realização, parece ficar mais insatisfeita e confusa?
Por que doenças como a bulimia, anorexia, depressão, atingem maior número de mulheres? Por que o número de suicídios cresce dia-a-dia entre pessoas do sexo feminino? É fácil responder.
Em busca de algo bom, a mulher foi perdendo pelo caminho, parte da sensibilidade que lhe é peculiar, e de sua feminilidade, dadas pelo próprio Criador, para a sua felicidade.



Texto : Dsa. Marta Olívia O. Santos - Revista "O Clarim"

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